Por Wagner Maia
A Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) foi notícia em diversos jornais ao longo dessa semana, é que uma das mais prestigiadas universidades do País pode fechar as portas, mas, engana-te se pensastes que o motivo dessa possibilidade é a grave crise que o Brasil vem passando. “A crise aqui é de prioridade”, foram anos de abandono dos governantes e prioridade em investimentos a outros setores como no Maracanã, para Copa do Mundo 2014 e Olimpíadas em 2016, onde milhões foram investidos, entre dinheiro público e bilhões se somado a iniciativa privada. Em contra partida, a UERJ, lutou e relutou para sobreviver sem nenhum investimento. A mesma, não recebe o que de lei eis obrigado do Estado, 6% de toda arrecadação do PIB.
A universidade vive com cortes, e mais cortes de gastos e nós últimos meses se quer seus funcionários recebem salários em dia. Seus alunos, muitos desses cotistas (Primeira universidade a implantar o sistema de cotas no País), que se constituiu uma política de inserção de negros e negras, pobres e favelados, hoje convivem com atrasos e quem sabe nunca poderão receber suas bolsas de auxílio permanência. A crise demonstra que escolhe lado, cor e classe. Os trabalhadores e estudantes são os mais prejudicados por uma política que priorizou os investimentos para os grandes eventos (detalhe que o Maracanã hoje está passando por grave crise e em estado lastimável).
Mas, os estudantes, funcionários e sociedade não querem ver a UERJ e seu Hospital Universitário mais conhecido como (HUPE) morrerem, por isso, saíram hoje as ruas para protestar, gritar e lutar por uma universidade pública, gratuita e de qualidade. Obteve apoio da população, que seguravam cartazes, gritavam ou somente olhavam com ar de satisfação pela luta em comum. Se por muitos anos a Universidade fora um lugar para burguesia, creio que hoje ainda é, mas agora com diferencial, precisa dialogar com a população e por isso, é de extrema importância ir às ruas e somente nessas podemos construir algo melhor para todos nós. Por isso, dizemos que a crise é de prioridade, mas a luta é de todos nós. UERJ sempre presente e na luta.