O ano de 2020 já começa com muita luta e resistência em São Paulo, isso porque a prefeitura e o governo da cidade, sob gestão de Bruno Covas (PSDB) e João Dória (PSDB), anunciaram um reajuste de 2,33% no valor das passagens de ônibus, metrô e trens da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). Só nesta semana tivemos 2 atos contrários ao aumento da tarifa no transporte.
Os atos foram organizados pelo Movimento Passe Livre (MPL) e ocorreram nos dias 7/1 e e 9/1 desta semana,contando também com a participação movimentos sociais e autônomos. A resposta do Estado à indignação da população foi como sempre desproporcional e arbitrária, com a Polícia Militar intimidando o ato a todo o momento desde seu início, além de comparecer com um contingente que extrapolava em tamanho necessidade.
O resultado desta investida militar sob o ato foi de muita repressão nos dois dias. Na terça-feira (7), cerca de 26 pessoas foram presas de forma arbitrária dentro da estação Trianon-MASP do Metrô, entre eles um fotógrafo. A prisão ocorreu logo após o Batalhão de Ações Especiais da PM (BAEP) entrar na estação e encurralar centenas de pessoas entre as escadas rolantes, agredindo os manifestantes que queriam ir embora e que reivindicavam a abertura das catracas do metrô.
Na quinta-feira (9), o segundo ato teve seu trajeto indo da Praça da Sé até a Praça da República e após ser encerrado depois de um jogral o ato foi reprimido pelo mesmo motivo, a reivindicação do passe livre na catraca sob o argumento de que o transporte é um direito e não deveria ser cobrado.
A PM respondeu o ato com muitos tiros de bala de borracha e bombas, que foram lançadas não só nos manifestantes como também na população que passava pela região do Metrô República, entre os atingidos estavam idosos e crianças. Duas pessoas foram presas de forma aleatória pelos policiais e mais uma vez fotógrafos foram intimidados por fazerem seu trabalho.
O Fotoguerrilha ressalta que há nesse momento uma tentativa de impedir o trabalho da imprensa nos atos contra a tarifa, pois fotógrafos e jornalistas estão sendo intimidados e agredidos pela Polícia Militar durante os atos, inclusive um fotógrafo de outro grupo de mídia chegou a ser preso no primeiro ato. Repudiamos as ações da PM contra a liberdade de imprensa e reiteramos que continuaremos nas ruas com nossas câmeras.
Confira as fotos produzidas por Isabela Naiara e Kauê Pallone, ambos fotógrafos do coletivo em São Paulo.
Primeiro ato, terça-feira dia 07/01.
Segundo ato, quinta-feira dia 09/01.