Marielle Vive: a semente de sua luta nas coberturas do Fotoguerrilha

Texto por Wagner Maia
Fotos: Ana Júlia, Kauê Pallone, Lucas Novello Rodrigo Campanário e Vinícius Ribeiro.

Hoje faz 5 anos que uma noite de quarta-feira (14/3/2018) ficou marcada em nossa história como a consolidação da derrocada da democracia no Rio de Janeiro e no Brasil. A carne de Marielle fora cortada, ou pior, alvejada por vários tiros. A vereadora da cidade carioca, a quinta mais votada nas últimas eleições, foi brutalmente assassinada junto com seu motorista Anderson.

O Rio dava um último suspiro e pedido de socorro da democracia, através das vozes das mulheres negras que acompanhavam Marielle. Ela era a personificação das vozes das favelas, cuja sua militância na favela da Maré trouxe diversos jovens para o cenário de representação cultural, social e principalmente de resistência. .

São vitórias, Daniele’s, Marcela’s, Thais, Ana’s, Dandara’s e tantas outras mulheres, feministas ou não, mas que viam na figura da Marielle, uma possibilidade e um alento de salvação da democracia. O Rio de Janeiro já vinha sangrando em 2018 com altos índices de assassinatos de negros e negras, periféricos e periféricas. Com a intervenção Militar, o clima ficou mais tenso, as repressões nas favelas como exemplo da Vila Kennedy aumentaram, o recado foi dado. A intervenção é contra os pobres. Mas, Marielle não se calava, fez parte da comissão para apurar a intervenção e impor a necessidade dos Direitos Humanos presentes nesses lugares que, se quer o restante da cidade os consideram humanos. Ela era contra os abusos das autoridades policiais na favela de Acari. Marielle pagou com a vida, sua luta pelos mais necessitados.

Quanta dor ao escrever esse texto com a morte da Marielle, Anderson, Amarildo, Claudia e dos jovens em Costa Barros com mais de 110 tiros. Cortaram nossas peles com as mortes em uma sociedade que clama e ao mesmo tempo riem dos assassinatos, seguidores do deputado federal Jair Bolsonaro, riram em algumas páginas das redes sociais pela morte da vereadora. O mundo anda tão lastimo que a pele que sangra é a mesma que ri da desgraça alheia.

Mas, Marielle está presente nas vozes femininas e masculinas que não se calarão diante da derrocada da democracia. Hoje, choramos pelas vidas ceifadas desses dois guerreiros que se foram brutalmente na noite de ontem. Mas, hoje a gente também renasce das cinzas em prol de Marielle, Anderson, Amarildo e tantos outros e outras. Não só por hoje, mas diariamente, não dedicamos um minuto de silêncio, mas uma vida de luta.

Marielle e Anderson presentes, mesmo que nossas carnes sagrem sem parar.

 

Nesses anos após o assassinato de Marielle e Anderson, nós do Fotoguerrilha estivemos nas ruas fotografando e registrando momentos em que a semente dessa luta continua germinando:

 

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