A potência chamada Marielle germinou e virou potências presentes
Texto por: Wagner Maia
A dor completa um ano no dia de hoje, 14 de março de 2019. Estava sentado na minha cama e quando li, não acreditei. No exato momento, atônito disse a minha companheira, mataram Marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes. Foi uma noite nebulosa. O dia seguinte, como num poema bucólico, vi que a realidade, era mais dura do que imaginávamos.
As dores se multiplicaram naquele dia triste, num cortejo de choros e revoltas vimos que não morrera somente uma mulher negra, que defendia pautas urgentes na sociedade. Morrera uma mãe, mulher negra, periférica que alcançou seu espaço no rol da fama dos mártires que mesmo sem morrer, eram reconhecidos pelos seus feitos.
Ela era o elo entre as mulheres que sofriam e ainda sofrem abuso nos trens, praças, becos, nas suas próprias casas. Era um verbo potente que alimentava potência nas mentes de diversas outras mulheres. Sua luta variada, mas, num tom voltado para as questões de gênero, nos fez pensar num fim do túnel, já que a estrela maior foi brilhar no céu. Ledo engano assassinos, vocês criaram ou alavancaram diversas Marielles , Brasil a fora, e maior ainda mundo a fora.
Hoje, são Marias e males que lutam por vocês mulheres, nós negros periféricos e mais, por uma sociedade cada vez menos injusta, menos desigual e uma luta incansável pelo respeito aos Direitos Humanos. Mari, como carinhosamente era chamada, deu potência e germinou lutas LGBTS, lutas de pobres favelados, nos ensinou a não abaixar a cabeça para o chicote. É difícil escrever em meio a tantas homenagens a guerreira que foi a Marielle Franco, mas, sentimos satisfeitos que, quem a matou, e seu motorista Anderson Gomes, eram tão pequenos, que não sabiam da grandeza dessas estrelas que brilham no céu. Continuamos na luta aqui em baixo Mari, e Anderson, vocês daí nos abençoa com sua luz divina. Pois, vocês estarão sempre presentes, por isso, dizemos Marielle e Anderson presentes! Marielle e Anderson presentes!
Confira a cobertura feita pelo Coletivo Fotoguerrilha dos atos no Rio de Janeiro e em São Paulo, que homenagearam Marielle e Anderson, após 1 ano de seus assassinatos.